Quem não tem filhos interpreta uma birra, muitas vezes, como consequência de 'demasiado mimo' ou como 'falta de pulso forte' para pôr fim a teimosias e preguicites. Eu própria confesso que, antes de ter filhos, cheguei a pensar assim, 'a culpa é dos pais'.
Hoje, sei que uma birra não é uma questão assim tão linear...
Só dá mesmo para entender o desespero de uma mãe/pai que se vê no meio de um espaço público com um filho a gritar e espernear no chão depois de viver, em primeira mão, essa experiência. Neste ponto, não há volta a dar :)
E, embora seja certo que é necessário 'pulso forte' para educar os pequenos reguilas, principalmente os mais teimosões como o nosso cá de casa, é também verdade que há momentos em que as crias fazem birra só porque sim, só porque são crianças, só porque faz parte do aprender a gerir sentimentos e vontades, do aprender a lidar com as contrariedades e frustrações da vida :)
Salvo, claro está, algumas excepções, a birra ocorre não por mimo excessivo ou por outro qualquer 'descuido' na educação dada pelos pais. A birra acontece porque é uma fase na aprendizagem.
O que é importante, ou até mesmo crucial, é saber lidar com ela, é saber 'desconstruí-la', é saber mostrar aos piolhos que 'fazer birra' não irá levar a lado nenhum, e que não é um comportamento apropriado. É aprender (sim, porque nós mães e pais, estamos sempre a aprender) como gerir a situação da melhor forma, com MUITA paciência, procurando explicar à criaturinha chorosa e contrariada que existem outras formas de mostrar que não queria aquela coisa, ou que agora temos de fazer como a mamã diz, mas a mamã vai ver se depois dará para fazer a outra tal coisa...
Claro que isto na teoria até parece simples. Mas, na prática, é um verdadeiro teste ao sistema nervoso central e periférico de qualquer mãe ou pai ;)
5 Coisas que fui aprendendo sobre birras:
1) PACIÊNCIA às toneladas. Vai ser precisa várias vezes e é fundamental para que consigamos educar os piolhos de forma correcta, estabelecendo limites e mostrando que há outras formas de reagir/responder, às contrariedades e frustrações, muito mais adequadas.
2) FIRMEZA. É preciso que os pequenos percebam que a birra não vai alterar a decisão dos pais. Ao conseguirmos que percebam isso, a birra passa a não ser usada pelos pequenos terroristas como 'ferramenta de corrosão maciça da paciência' até ao ponto da cria 'dar a volta' à decisão dos pais em seu favor.
3) RESPIRAR FUNDO e contar até dez (ou trinta...). Traçar mentalmente o 'plano de ataque' à birra, definir uma estratégia e falar calmamente com o pequeno, explicar o porquê de tal coisa não ser feita do modo que a cria queria, levando-a a perceber que a chorar e gritar é difícil a mamã/papá perceber o que se passa e conseguir ajudar.
4) CHAMAR À ATENÇÃO ou TEIMAR são dois comportamentos frequentemente associados às crises de birra. O piolho cá de casa, já referi algures, é BASTANTE teimoso. E é talvez a teimosia da nossa cria a principal razão de terem sido despoletadas por aqui algumas birras mais aparatosas. A solução foi mostrar que a birra não ia fazer com que a ideia dele fosse levada avante. Não conseguimos ainda erradicar as birras (utopia deliciosa :) ), mas pelos menos o piolho já percebeu que não servem de nada e ocorrem muito menos frequentemente.
5) PACIÊNCIA A DOBRAR, triplicar... É preciso mesmo MUITA. A missão das crias é testar limites, testar comportamentos, testar as reacções e respostas dos pais, avós... para aprenderem pelo exemplo.
E vocês, como gerem as crises de birras dos vossos pequenos?
Aprendendo a ser mamã*
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