Desde o dia em que confirmámos que o piolho vinha a caminho, a ansiedade foi crescendo sempre sempre sem parar. Tudo era novidade e descoberta!
Ouvir o coraçãozinho bater pela primeira vez... ver pela primeira vez o pequeno feijãozinho a preto e branco... descobrir que era um menino... delirar ao sentir cada pontapé... ver a barriga a crescer cada vez mais, semana após semana.
O tempo passava muito devagarinho (achávamos nós), mas cada dia estávamos mais próximos de conhecer o nosso pequenote.
Como é normal, os sustos, os medos, as dúvidas surgiam aqui e ali. A expectativa era cada vez maior e já só pensávamos no dia em que conheceríamos o nosso monstrinho ;)
Fomos fazer aquela que seria a última ecografia às 39 semanas, ao final da tarde.
E disse a obstetra:
"Bem, papás, está tudo bem. O pequeno não fez o encaixe até agora e possivelmente já não fará. E como tem o cordãozinho umbilical à volta do pescoço talvez seja mais seguro optarmos por cesariana."
Já estávamos todos a ponderar essa hipótese para as 40 semanas precisamente porque o preguiçoso do piolho não tinha ainda feito o encaixe, pelo que não houve surpresa.
"Para não corrermos riscos será melhor avançarmos já?" - pergunta o meu marido.
Responde a obstetra:
"O quadro não irá alterar-se e o pequenote está prontinho para conhecer os papás. Podemos marcar a cesariana para amanhã se quiserem."
O meu marido olha para mim, depois olha para a obstetra, e diz:
"Então será mesmo amanhã que iremos conhecer o nosso pequeno."
Tudo combinado e tratado, saímos do consultório.
Eu, em mega-pânico (porque estava mentalizada que ainda tinha mais uma semana para preparar tudo...) e calada há um belo bocado de tempo, só consigo dizer ao meu marido: "Mas eu ainda queria passar a roupa toda a ferro... e até amanhã já não consigo."
O meu marido desata a rir: "O teu maior problema neste momento é passar a roupa a ferro? Só mesmo tu. Estás nervosa, não é?".
E rimos os dois :)
Claro que estava nervosa, estávamos os dois. O que mais queríamos e que esperávamos há meses estava prestes a acontecer: íamos ser 'oficialmente' pais :) Naquele instante, tivemos a sensação de que, afinal, tudo aconteceu muito depressa e nove meses passaram a voar :)
A pensar em milhentas coisas, foi quase sem que dessemos conta que as horas passaram e que chegou o grande dia.
7 de Março! O dia mais feliz das nossas vidas! O dia em que pela primeira vez abraçamos o nosso filhote! O dia em que passámos a ser três cá em casa.
Ou melhor, quatro: o papá, a mamã, a Maggie (a nossa cadelinha peluda) e o Quiqui (o nosso monstrinho terrorista).
E perguntam vocês:
«Além do aumento do número de habitantes por metro quadrado, o que mais mudou?»
Tanta coisa...
Os medos, as dúvidas, as ansiedades que vieram na gravidez, ficaram por cá depois dela e desconfio que não se irão embora tão cedo :)
As prioridades, uma reviravolta de 180º :)
As alegrias, os sorrisos, o amor, a felicidade, as descobertas, as primeiras vezes, todos os dias nos espantam e encantam de formas que nunca nenhum dos dois imaginou ser possível.
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